terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Pânico.



Você abre a boca. Abre tanto que as mandíbulas chegam a estalar. Manda que seus pulmões puxem o ar, AGORA; Você esta precisando de ar, precisando AGORA. Mas as suas vias respiratórias ignoram o seu comando. Entram em colapso, se entreitam, se contraem e, de repente, você está respirando através de um canidunho de refrigerante. A sua boca se fecha e os seus lábios se enrugam, e tudo que você consegue fazer é soltar um som rouco, entrangulado. As suas mãos tremem e se contorcem.
Em algum lugar, as comportas se abriram e uma enxurrada de suor frio transborda. Mas para gritar, é preciso respirar.
O resto, são apenas pedaços esparsos de lembranças que vêm e vão, em sua maioria constituídos de sons e de cheiros.