terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Carta.

Cara Carolina Leite (eu gosto mais desse)

Boa noite

Venho por meio desta informar-lhe e enfatizar minha indignação diante das suas sumidas freqüentes ao começo de toda semana.
Devido a motivos maiores digo-te também que seu espaço na cama de solteiro fica vazio impossibilitando meu sono, e até mesmo meus espasmos saudáveis.
Também não considero correto o meu travesseiro não ganhar seu aroma, acentuando assim a indignação já citada.

Sou assim...


Eu nunca fui uma moça bem-comportada. Afinal, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem beijos quentes ou pro amor mal resolvido sem soluços. Eu quero da vida o que ela tem de cru e de bonito. Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho. E pra seduzir somente o que me acrescenta. Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que as vezes me cansa. Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes ...Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer: - E daí? eu adoro VOAR! O escondido pra mim é bem melhor, e o perigoso é divertido. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Também sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, voracidade e falta de ar...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Quero voltar...


Eu estou longe de casa a minha vida não vai bem. Meu Deus te abandonei, perdão.
Eu tinha tudo e não sabia, meu coração me enganou. Eu sei já não dá mais eu vou voltar.
Quero voltar pro meu lar na casa de meu pai ainda tem lugar. De longe eu vejo teu olhar me esperando pra me abraçar.
Só depois que se perde é que a gente dá valor, eu desprezei o teu amor.
Na tua casa tem o pão teu carinho, teu perdão.
Eu sei já não dá mais eu vou voltar...
Mesmo eu estando longe, o senhor nunca desistiu de mim. Só agora reconheço que o meu lugar é aqui...


quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Desigualdade...


Li recentemente que milhares de pessoas morrem na Inglaterra esperando por operações de câncer. Mas agora temos uma crise financeira e não houve problema em se obter bilhões de dólares em poucos dias. É a força real do capital. Há algo irônico nisso: usa-se o dinheiro para restabelecer crença e confiança. É sugestão, parece mágico.
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Dar a Volta Por Cima


Todos os dias nos deparamos com dificuldades, saber enfrentá-las e superá-las exige mais do que somente inteligência e força, também é necessário ter sabedoria, fé, esperança, coragem e amor.
Dar a Volta Por Cima é o resultado da dialética entre o prazer e a dor.
É certo de que o aprendizado vem ou da experiência ou da observação.

"O sofrimento é uma espécie de sacramento para quem o recebe sem ódio."

Nada como um dia após o outro!



Na vida nem tudo é ou sai como gostaríamos. As vezes nos acontece uma coisa que no momento achávamos que seria ruim mas depois a gente percebe que foi preciso para que outra coisa boa acontecesse...
Em outras vezes passamos por situações que parecem intermináveis...Mas tudo na vida se supera...é uma questão de tempo!
Nada como um dia após o outro...

Aprenda a se amar...


Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de amadurecimento. Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é respeito. Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável: pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me deixasse para baixo.

Definição...



Passo meus dias desempenhando papéis, sou estudante, chefe, filha, amiga, irmã, cunhada.... Admiro as pessoas justas e inteligentes, sei que o mundo necessita delas. Amo minha família, meus amigos de verdade e meu cachorro (Mel), sei que nunca estarei sozinha enquanto estiver com eles. Sou praia, sou festa, sou casa, sou carro, sou unha feita, sou uma boa escova, sou salto alto e sou uma boa gargalhada. Choro quando estou triste, mas acredito que o meu futuro esta em minhas mãos. Sou uma tatto que pretendo fazer, sou um desastre em física, sou malas feitas para qualquer viagem e sou teimosa se tenho razão. Sou simples e complicada, sou qualidades e defeitos, sou simplesmente "EU".

domingo, 30 de novembro de 2008

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Bilhete...

Quisera, Senhor, neste Natal, armar uma árvore dentro do meu coração e nela pendurar em vez de presentes, os nomes de todos os meus amigos.

Os amigos de longe e de perto. Os antigos e os mais recentes. Os que vejo a cada dia e os que raramente encontro. Os sempre lembrados e os que às vezes ficam esquecidos.

Os constantes e os intermitentes; os que, sem querer, eu magoei, ou sem querer me magoaram. Aqueles a quem conheço profundamente e aqueles que não me são conhecidos , a não ser nas aparências. Os que pouco me devem e aqueles a quem muito devo. Meus amigos humildes a meus amigos importantes. Os nomes de todos os que já passaram pela minha vida. Os das horas difíceis e os das horas alegres.

Quisera eu uma árvore de raízes muito profundas para que seus nomes nunca mais sejam arrancados do meu coração. De ramos muito extensos, para que novos nomes, vindos de todas as partes, venham juntar-se aos existentes. De sombras muito agradáveis

para que nossa amizade seja um aumento de repouso nas lutas da vida.


Que o Natal esteja vivo dentro de nós em cada dia do ano que se inicia, para que possamos viver sempre o amor e a fraternidade.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

As vezes penso que foi tudo em vão.


As vezes penso que foi tudo em vão. Parei pra pensar tantos anos depois. Se lembra quando éramos mais jovens e tudo parecia ser mais fácil. Acho que crescemos demais. Aconteceu o que temiamos, não vamos mais nos entender. Vou seguir meu caminho. Vou tentar entender os seus, mas que, te traga paz. A vida é mesmo estranha, nada é mais para sempre. Espero um dia poder sentar ao seu lado, velhos e conformados podemos rir. Que nossos questionamentos não tenham sido em vão. Espero que algo tenha mudado até, então. Somos adultos demais... Caminhos opostos e individuais. Tempo de crise e muita confusão. Queria lutar junto com você mas parece que não.
Se canto esta canção. É porque ainda tenho fé. Mas se o sorriso é tão forçado, é porque não estou em paz nem ao seu lado. Se não sentirmos nada, devemos tentar viver. E se o sistema nos separou. Tentar nos entender. E continuar a acreditar! Que o melhor é dialogar. Mesmo de longe te evitando.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Odeio...


"Odeio o modo como fαlα comigo
E como cortα o cαbelo
Odeio seu desmαzelo
E como consegue ler minhα mente
Eu odeio tαnto isso em você
Que αté me sinto doente
Odeio como está sempre certo
E odeio quαndo você mente
Odeio quαndo me fαz rir muito
Odeio mαis αindα quαndo me fαz chorαr...
Odeio quαndo não está por perto
E o fαto de não me ligαr
Mαs eu odeio principαlmente
Não conseguir te odiαr
Nem um pouco
Nem mesmo por um segundo
Nem mesmo só por te odiαr"


E sempre vou ficar aqui dizendo que te amo.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Lembraças..


Por onde andará a saudade que um dia você deixou. Estou aqui a me perguntar... Onde?
Lembra-se de quantas noites de sono perdemos, somente para ficarmos sonhando?
Nossos momentos de amor junto ao luar prateado, nesta noite olhando para a lua tento te encontrar dentro do meu coração. Mas não adianta você se foi e agora encontrei um novo amor.
Ele é carinhoso atencioso e não me deixa sozinha (as vezes, quando não se há escolha). Talvez seja por isso que aquela saudade que sentia já não machuca mais, a ferida cicatrizou.
Vez ou outra me lembro do nosso caso de amor, não porque eu queira, são comparações que faço com este meu novo amor.
Hoje me sinto em paz o tempo é sábio basta esperar, tudo se cura de uma forma ou de outra. Basta ter a paciência e esquecer a dor que já passou... Foi quando você partiu e me deixou louca de amor.
Chorei, sofri quase morri, mas estou aqui
, lembrando de nosso caso com uma simples saudade. Que já não dói apenas uma lágrima rola na face. Pois tudo poderia ter sido tão melhor, mas a vida é assim um amor pode curar outro.
Não significa que nos esqueceremos para sempre. Sempre virá a lembrança de um momento de amor. Um passeio ou alguma coisa que chama a atenção e vai fazendo que nosso coração vai se aquecendo. A saudade passa as lembranças permanecem, afinal foram muitos momentos que não se esquecem.
Apenas se armazena na memória e fica na história...

De nossas vidas que um dia foi apenas uma, e hoje tem caminhos divididos. Você leva a tua bagagem e eu a minha, mas uma coisa levamos em conjunto. As lembranças de um amor mal resolvido. Que foi vivido intensamente enquanto vivo.
Hoje com certeza a saudade já não existe
, não vou mais procurar.
Apenas lembrar este amor existido.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A Arte de não Adoecer


Fale dos seus sentimentos...

Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos “segredos”, nossos erros... O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia!

Se não quiser adoecer... Tome decisões

A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer... Busque Soluções.

Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer... Não Viva de Aparências.

Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer... Aceite-se.

A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável.Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer... Confie.

Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer... Não Viva Sempre Triste.

O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Planeta..


Não me dava conta que não saia o sol, já era tarde o céu sempre me avisou. Por não abrir os olhos
se foi indo a cor, eu fui te perdendo me perdendo agora estou...
Já sei que te fiz mal, mas agora eu vou mudar!
Já decidi... Vou descobrir o verde deste inverno não quero mais gris.
Já decidi, eu vou descobrir é hora de cuidar e te abraçar pois você faz parte de mim...
O meu planeta, o verde, a natureza faz parte de mim!

Dia...


Você acorda de manhã trabalha, estuda, faz um monte de coisas o dia inteiro. De noite, algumas coisas dão certas, outras não, você fica uma boa parte do dia alegre e tranqüilo outra fica triste e nervoso, mas o que deve ser lembrado é que a cada parte do seu dia, DEUS esta junto com você, te ajudando, e você a cada dia antes de se deitar pra dormir pensa no que aconteceu no seu dia e diz: Obrigado Deus por mais um dia. Apesar das dificuldades que passamos, que vivemos, alegrias, decepções, sucessos, fracassos, vitórias e perdas, você sempre busca força para contornar a situação. Uma simples derrota não é o fim, se você não desistir, por isso você almeja novas conquistas, e sempre agradece a Deus, por estar junto conosco, o percurso das nossas vidas muda todos os dias, talvez não percebemos isso, MAS SIM, um simples ato no presente, pode desencadear uma grande mudança futuramente, pode repercutir de varias formas, e sem percebermos, mas sempre Deus está lá para nos ajudar, e nos guiar no caminho certo.

domingo, 12 de outubro de 2008

De eu, pra você


Invadi seu Blog, pra dizer o quanto vc faz falta quando não está comigo; o quanto gosto de ver vc mordendo seus lábios quando está comigo; como vc fica vermelha quando está zangada comigo...

Amo você, galeguinha... :D

Tio Vinnie

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Arte do regresso...


Tudo o que aconteceu no passado está agora presente como uma fogueira.
A tua ausência permanece. A árvore oscila entre o mar e a terra, os ramos quebram-se nesse vento funesto, vejo que passas com as mãos a arder e a brancura intensa a cobrir-te a cabeça.
O rosto é ainda o último refúgio...

fronteira de mim mesmo...



"Deixo o vento decidir para que lado hei-de tombar"...

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis o que permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crónica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não o declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem-estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.

Não Creio...


Não creio como eles crêem, não vivo como eles vivem, não amo como eles amam...
Morrerei como eles morrem.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Os ombros suportam o mundo


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. 
Tempo de absoluta depuração. 
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil. 
E os olhos não choram. 
E as mãos tecem apenas o rude trabalho. 
E o coração está seco. 

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se, 
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer. 
E nada esperas de teus amigos. 

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice? 
Teus ombros suportam o mundo 
e ele não pesa mais que a mão de uma criança. 
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios 
provam apenas que a vida prossegue 
e nem todos se libertaram ainda. 

Alguns, achando bárbaro o espetáculo, 
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer. 
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. 
A vida apenas, sem mistificação.

Mãos dadas...


Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro. 
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças. 
Entre eles, considero a enorme realidade. 
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. 

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, 
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. 
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes, 
a vida presente.

Canção do berço...


O amor não tem importância.
No tempo de você, criança,
uma simples gota de óleo
povoará o mundo por inoculação, e o espasmo
(longo demais para ser feliz)
não mais dissolverá as nossas carnes.

Mas também a carne não tem importância.
E doer, gozar, o próprio cântico afinal é indiferente.
Quinhentos mil chineses mortos, trezentos corpos
[de namorados sobre a via férrea
e o trem que passa, como um discurso, irreparável:
tudo acontece, menina,
e não é importante, menina, e nada fica nos teus olhos.

Também a vida é sem importância.
Os homens não me repetem
nem me prolongo até eles.
A vida é tênue, tênue.
O grito mais alto ainda é suspiro,
os oceanos calaram-se há muito.
Em tua boca, menina,
ficou o gosto do leite?
ficará o gosto de álcool?

Os beijos não são importantes.
No teu tempo nem haverá beijos.
Os lábios serão metálicos,
civil, e mais nada, será o amor
dos indivíduos perdidos na massa
e só uma estrela guardará o reflexo
do mundo esvaído
(aliás sem importância).

Inocentes do Leblon...


Os inocentes do Leblon não viram o navio entrar.
Trouxe bailarinas?
trouxe emigrantes?
trouxe um grama de rádio?
Os inocentes, definitivamente inocentes, tudo ignoram,
mas a areia é quente, e há um óleo suave
que eles passam nas costas, e esquecem.

Ainda no enfoque da visão social, o poeta fala da riqueza: "inocentes" significa os que querem ignorar; por isto fingem e se aproveitam. Crítica à alienação dos burgueses que “tudo ignoram, ou seja, enquanto a guerra acontece", “os inocentes passam um óleo suave nas costas, e esquecem".

Privilégio do mar...


Neste terraço mediocremente confortável,
bebemos cerveja e olhamos o mar.
Sabemos que nada nos acontecerá.
O edifício é sólido e o mundo também.

Sabemos que cada edifício abriga mil corpos
labutando em mil compartimentos iguais.
Às vezes, alguns se inserem fatigados no elevador
e vem cá em cima respirar a brisa do oceano,
o que é privilégio dos edifícios.
O mundo é mesmo de cimento armado.

Certamente, se houvesse um cruzador louco,
fundeado na baía em frente da cidade,
a vida seria incerta... improvável...
Mas nas águas tranqüilas só há marinheiros fiéis.
Como a esquadra é cordial!
Podemos beber honradamente nossa cerveja.

Carlos Drummond de Andrade...

Os mortos de sobrecasaca (Poema da obra Sentimento do mundo).


Havia a um canto da sala um álbum de fotografias intoleráveis,
alto de muitos metros e velho de infinitos minutos,
em que todos se debruçavam
na alegria de zombar dos mortos de sobrecasaca.
Um verme principiou a roer as sobrecasacas indiferentes
e roeu as páginas, as dedicatórias e mesmo a poeira dos retratos.
Só não roeu o imortal soluço de vida que rebentava daquelas páginas.

Medo...


Provisoriamente não cantaremos o amor, 
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços, 
não cantaremos o ódio porque esse não existe, 
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos, 
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas, 
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas, 
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte, depois morreremos 
de medo e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

sábado, 4 de outubro de 2008

Poema patético...


Que barulho é esse na escada?
É o amor que está acabando,
é o homem que fechou a porta
e se enforcou na cortina.

Que barulho é esse na escada?
É Guiomar que tapou os olhos
e se assoou com estrondo.
É a lua imóvel sobre os pratos
e os metais que brilham na copa.

Que barulho é esse na escada?
É a torneira pingando água,
é o lamento imperceptível
de alguém que perdeu no jogo
enquanto a banda de música
vai baixando, baixando de tom.

Que barulho é esse na escada?
É a virgem com um trombone,
a criança com um tambor,
o bispo com uma campainha
e alguém abafando o rumor
que salta do meu coração.

Não se mate...

Carlos, sossegue, o amor é isso que você está vendo: hoje beija, amanhã não beija, depois de amanhã é domingo e segunda-feira ninguém sabe o que será. Inútil você resistir ou mesmo suicidar-se. Não se mate, oh não se mate, reserve-se todo para as bodas que ninguém sabe quando virão, se é que virão.

O amor, Carlos, você telúrico, a noite passou em você, e os recalques se sublimando, lá dentro um barulho inefável, rezas, vitrolas, santos que se persignam, anúncios do melhor sabão, barulho que ninguém sabe de quê, praquê.

Entretanto você caminha melancólico e vertical. Você é a palmeira, você é o grito que ninguém ouviu no teatro e as luzes todas se apagam. O amor, no escuro, não, no claro, é sempre triste, meu filho, Carlos, mas não diga nada a ninguém, ninguém sabe nem saberá.

Carlos Drummond de Andrade

Sentimento do mundo...


Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo,  mas estou cheio escravos,  minhas lembranças escorrem e o corpo transige na confluência do amor. Quando me levantar, o céu  estará morto e saqueado, eu mesmo estarei morto,  morto meu desejo, morto o pântano sem acordes.

Os camaradas não disseram  que havia uma guerra e era necessário trazer fogo e alimento. Sinto-me disperso,  anterior a fronteiras, humildemente vos peço que me perdoeis. Quando os corpos passarem, eu ficarei sozinho 
desfiando a recordação do sineiro, da viúva e do microcopista que habitavam a barraca e não foram encontrados ao amanhecer, esse amanhecer mais noite que a noite.

"Sentimento do mundo" é primeiro poema e o que deu nome ao livro. Ele nos revela a visão-de-mundo do poeta: não é alegre, antes, é cheia da realidade que sempre nos estarrece, porque, por mais que sonhemos, a realidade geralmente é dura e muito desafiante".

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Verdades...


Era uma vez um coracão partido, eu estava andando sozinha na escuridão, procurando um jeito pra recomeçar. Não existia amor na minha vida, não existia brilho nos meus olhos, e as lágrimas que eu tinha chorado, parecia que nunca teriam fim. Eu nunca pensei que conto de fadas tornassem realidades, mas agora sei que sim, porque eu encontrei você que eu sei que posso confiar...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Críticas...


Críticas não me abalam. 
Elogios não me iludem.
Sou o que sou não o que falam. 
Vivo o presente, penso no futuro e o passado?
Ficou no passado.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Fraqueza...


Os meus momentos de infelicidade não são originados nas mais diversas e essenciais questões que a sociedade procura respostas. Tudo tem origem na tua ausência. Nos teus beijos, trazeis o sabor do doce recheio da paixão. Aproximavas - te e desde cedo não revelavas sinais de repudiar- me. Teus lábios de loucura aproximavam - se como quem queria provar a água da fonte do Olimpo. Os olhos fechavam - se á medida que os corações batiam loucamente. Numa dança de línguas e repleta de movimento, os corpos discordavam ente si. Beijavas como se fosse um beijo normal, e não o primeiro. A curiosidade era tanta que não resisti.
Descomprimi a vista por uns momentos. Lá estava você de olhos fechados e dentro de mim como quem procurava um tesouro, não querendo parar. As nossas mãos procuravam qualquer parte de nós para deixar a descansar. E passávamos as tardes em rituais de amor inesquecíveis. Hoje, não poderíamos nos tocar, só te peço um último e demorado beijo....

Nem tudo é como a gente quer.


Muitas vezes, essas coisas que a vida nos coloca pelo caminho são bem melhores do que a gente esperava. Veja bem, a hora mais bonita do dia é aquela em que o céu fica vermelho, e não azul. As mais belas noites são aquelas poucas em que a lua pega emprestada quase toda a luz do sol e a gente não precisa de lanterna pra caminhar. Exemplos não me faltam: a gente só ama o frio porque pode se envolver em mil casacos e cobertores, bem como agradecemos pelo escaldante sol de verão somente após mergulharmos num mar gelado. Eu posso não ser o que você esperava, mas a gente não escolhe o que quer sonhar quando coloca a cabeça no travesseiro. E que atire a primeira pedra quem não gosta de sonhar aqui. Eu posso não ser tudo o que você precisava, mas a gente vive e morre sem saber do que realmente precisamos. Eu posso não bastar. Então que baste o amor. Eu posso não ser um monte de coisas, mas tenho certeza de tudo aquilo que sou: um céu vermelho, uma noite de lua cheia, um cobertor e um banho de mar, e tudo o mais que tu quiseres viver junto de mim.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Acredito no amor.


Acredito no amor mesmo que doa, mesmo que à toa, ainda assim.
Valendo a pena ou não eu acredito.
Eu insisto em vão. O amor é simples sentir é complicado.
O amor é... a verdade do que não possuis a mentira que foi-te doada o tapa que atingiu em palavras. Meras palavras que eram nada.
Amar é simples, fingir é que não.
O que se disse;
O que não se quis dizer;
O que se vê;
O que não se quer ver;
Acredito no amor mesmo à toa. Eu insisto mesmo que doa.
Ainda assim... Antes, durante... Tempos após...
Eu acredito sim.
Mas em nós?
Não sei.