terça-feira, 9 de outubro de 2007

Se...


"Se o homem soubesse antes que iria chover, ele não se molharia...Se ele soubesse antes que seu time iria perder, ele não torceria tanto.
Se ele soubesse antes que o petróleo iria acabar, ele andaria mais de bicicleta...Se soubesse antes que as guerras iriam matar tanto, talvez ele nem tivesse descoberto a bomba.
Se o homem soubesse tudo antes ele sofreria menos, viveria melhor, sonharia mais..."

~*Às vezes penso que se soubéssemos de tudo antes, deixaríamos de fazer muitas coisas...e assim só faríamos o que achássemos melhor ou o mais certo, ou talvez o que nos livrasse do sofrimento só que bem assim não aprenderíamos tanto, porque tudo o que acontece conosco tem um propósito, coisas boas muitas vezes não nos ensinam tanto como as coisas ruins que nos acontecem..*~

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Saudade quando criança.


Lembro quando criança.
As brincadeiras as danças, O sítio, os animais, as festas. Agora veio na minha memória De quando papai pegava a viola. Sentávamos todos em volta da fogueira “nuns banco” de madeira e papai Arrastava com as unhas as coradas de aço, Aquele som batia fundo no coração. Ah que tempo. Tô aqui sentada escrevendo Dos meus olhos escorrendo Lágrimas de saudade. O tempo se foi. E com ele tudo acabou E esse tempo traiçoeiro Meu pai com ele levou...

As palavras não vêm. Os olhos ficam marejados, buscamos num sorriso disfarçar toda a emoção que nos invade.
E um coração de poeta, Sensível a tudo, chora uma lágrima de saudade...
Colhemos as palavras mais bonitas, As mais ternas, As mais amigas, Que enfeitassem singelas
O momento da despedida.
Ei-las que chegam, por fim, mas deixando sílabas pelos caminhos.
Até a volta, am...
E um coração de poeta, Sensível a tudo, Chora uma lágrima de saudade...

Soneto da Separação.


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

- De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

- De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

- Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente...

Vinicius de Moraes...

Paraíso.


É tarde talvez pra recitar teu nome
Pra cantar as endechas sob as rugas
Pra velejar ao vento a todo pano
Pra banhar-me nas águas da fortuna.

É tarde talvez pra remover a cinza
Amontoada ao longo do caminho
Pra desfazer os nós do desengano
Pra sorrir outra vez entre os espinhos.

Se me dizes, porém , que sobra ainda
Em tuas mãos calor para aquecer-me
Em teus lábios o sumo das videiras
Em teus passos a ânsia de buscar-me,
desabe o mundo ao redor e recriaremos os dois o Paraíso...

sábado, 6 de outubro de 2007

Ausência.


Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Vinícius de Moraes...

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Metade de mim...


Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também...

(Oswaldo Montenegro)

Guardador de rebanhos.


SOU UM guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar em flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

(FERNADO PESSOA)












A ÚLTIMA CRÔNICA


"A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.

Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.

Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.

São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.

Assim que eu queria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso."

Escrito por: FERNANDO SABINO.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

DEUS É FIEL...


Leitura: Daniel 1.17-21 e Hebreus 11.32-40

A esses quatro jovens Deus deu sabedoria e inteligência... de modo que eles passaram a servir o rei. (Dn 1.17a, 19b)

Deus é fiel e abençoa aqueles que confiam nele e se apegam a Ele. Essa foi a experiência de Daniel e seus três amigos. Eles receberam a sabedoria de Deus, cativaram a apreciação do rei Nabucodonosor e foram colocados numa posição de muita autoridade no reino deste.
Essa fidelidade divina também você e eu poderemos provar! Mas é bom lembrar que isso não foi algo automático, que “caiu do céu”. Mesmo sem ter um futuro garantido, esses jovens se esforçaram para permanecer íntegros e fiéis a Deus, pois é nas pequenas coisas da vida que se planta a semente que se colherá no futuro. Como diz o princípio que Jesus ensinou: “Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito” (Mt 25.21). Quem quiser tornar-se grande nas coisas de Deus, precisa começar a exercitar sua fé nas pequenas coisas.
Também hoje algumas pessoas recebem uma provisão especial de sabedoria divina e podem assumir postos de autoridade em empresas, ONGs, governo, etc. Deus quer que elas sejam uma influência positiva ou, como diria Jesus, sal da terra. Dessa forma, tornam-se instrumentos do Reino de Deus neste mundo, colaborando na ajuda aos necessitados e na pregação do evangelho.
Mas o mais importante não é receber uma posição de destaque e sim, estar disposto a servir a Deus, seja sentado num trono real ou trabalhando na frente do fogão real. Também quando temos empregos humildes e pouco reconhecidos, seremos pessoas abençoadas por Deus, pois Ele permanece fiel.

Oração: “Deus é fiel, é fiel. Acima de todas as coisas eu sei, eu sei que meu Deus é fiel”.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Continuo....


Continuo chorando por tudo, e sorrindo por nada. Sou sensível, porém não frágil. Conheço minha força, e sei até onde ela pode me levar. Vivo cada minuto sabendo que eles são únicos. Momentos ruins? Transformo todos em uma lição. Momentos bons? Esses, eu guardo, não os deixo ir embora nunca. Amanhã, só Deus sabe o que será. Mas não tenho medo. Com o coração transbordando de lembranças, e com a cabeça muito mais madura, sei que estou pronta pra vencer!

Carol Leite...

PROCURA















A quem se detiver à minha busca ! Busque-me no fundo das estrelas, Onde há seu mais intenso brilho. Nos sentimentos dos meus poemas No silêncio das águas, no fundo dos rios, Nos coração apaixonados, ou desventurados Ou, não me busquem, deixe-me nas ruas Cantando versos de amores incertos, De coração despido e alma nua...

Meu Pai



Como é Ter um pai?
Será que alguém pode me dizer?
Rego as lembranças de tê-lo visto de relance
Um ser que em uma linda noite estrelada
Me fez existir.
Será que a esse cidadão
Eu consenti
O direito de me fazer existir?
Não, acho que não!
Minha mãe
Me projetou de outra forma
Uma criatura
Que da vida
Pudesse gozar dos dois amores
Ele não concordou
Foi embora e me deixou.
O que será que dele me restou?
Lembranças do homem que por covardia me abandonou?
A realidade que herdei é dura
O sofrimento...
É passado
Só lhe desejo como órfão

Que da vida, tenha cuidado "PAI".

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Procura-se um amigo


Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor... Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.


Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.


Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.

Vinícius de Moraes...

terça-feira, 21 de agosto de 2007

O tempo passou e eu mudei....


Mudei porque amadureci, mudei porque passei por tantas e tão diversas experiências, que consegui aprender com meus próprios erros.
Mudei porque me decepcionei com amigos. Mudei porque me decepcionei com amores. Mudei porque conheci pessoas tão especiais que fui capaz de me inspirar por elas e me espelhar nelas para me tornar uma pessoa diferente... Talvez uma pessoa melhor...
O tempo passou, eu mudei e nem tudo, nem todos, me acompanharam.
Mas valeu a pena.
Não há tempo, numa vida cuja existência é tão imprevisível, para arrependimentos. Ou melhor: se deve haver arrependimento, que seja porque eu fiz tudo o que estava ao meu alcance para me tornar uma pessoa melhor. Para ter uma vida melhor.
Viver, afinal, é a arte de mudar e aprender. Manter a essência... mas aprender... Mudar...
"Não sou mais o que era... Devo ser o que me tornei"...

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Sei que estamos bem...


Dificil lembrar como era antes. Agora encontrei o amor da minha vida.
As coisas passam, ficam mais confortáveis tudo está dando certo.
E depois de todos os obstáculos é bom te ver com outra pessoa.
E é um milagre que Você e eu ainda somos bons amigos.
Depois de tudo que passamos (juntos).
Sei que estamos bem...
Nós costumavamos pensar que era impossivel.
Agora você me chama pelo meu novo sobrenome.
As memórias parecem que foram há tanto tempo.
O tempo sempre acaba com a dor.
Os dias em que sonhávamos, quando a confusão estava feita,
veja como toda a molecada cresceu
Nós mudamos mas ainda somos os mesmos...
Depois de tudo que passamos. Sei que estamos bem
E eu vou ficar feliz por você, se você conseguir ficar feliz por mim...
Circulos e triângulos e agora saimos juntos...
Você com a sua nova namorada, tão longe de onde estávamos...

Eu sei que estamos bem...

O definitivo me assusta.


De todos os meus medos o maior vem de tudo que é definitivo. Dizem que na vida a única coisa para que não se tem solução é a morte. Concordo que a morte seja mesmo algo sem solução, que dela não temos como escapar por mais que sejamos saudáveis e gozemos de boa saúde. Quando chega a hora não há escapatória. Mas há outras coisas das quais podemos dizer também que são definitivas. Ao tempo passado não podemos voltar, podemos sim no máximo remediar algumas tolices cometidas, mas viver aquele tempo outra vez só em sonhos. Talvez seja por medo de sofrer que não tentamos reverter certas situações. A dor se apresenta sempre como um obstáculo para nos impedir de ao menos tentar. Meu coração nunca conheceu nada mais frustrante do que quando acredita em algo e se empenha, empenha, empenha e no fim descobre que foi em vão. Ele sabe que foi em vão não ter conseguido aquele objetivo embora tenha nesse esforço ganhado outras coisas. Mas não adianta, apesar disso o gosto da decepção sempre se sobrepõe a quaisquer outros sabores. Drumonnd diz no poema que dá titulo a esse texto que “ a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional’. O sofrimento é como um eco que fica repetindo na nossa cabeça tudo aquilo que foi “cancelado pela eternidade. ”Existe uma força que sempre se apresenta como solução para angústias, a perseverança. A perseverança é prima da esperança e ela é a força matriz para transformarmos o impossível em possível, mas é preciso ter muito bom senso com ela, é preciso ter o discernimento em saber que tem certas coisas que não são pra gente. É preciso ter muito cuidado com o que se deseja. Eu mesmo já desejei muitas coisas e depois que as conseguia percebia que elas não eram pra mim. Sentia que elas deixavam algo fora do lugar e que era preciso agora “desdesejá-las”. E essas “desdesejos” fizeram parte do meu crescimento. Teve tanta coisa que eu desejei e conquistei que tive depois que abandonar. Pelo menos não sofrerei da dor que Drummond diz no mesmo poema: “Como aliviar a dor do que não foi vivido?” Procurei sempre ir em busca daquilo que meu coração me dizia. Muitas vezes eram ruas sem saídas e em outras abismos nos quais eu caí e demorei anos para me levantar. Mas mesmo assim fui sempre até o fim desses caminhos. Se fiz algum dia a opção pelo sofrimento, se esfolei a minha pele até que ela ficasse em carne viva foi porque ao invés de ter construído pontes para entender as pessoas eu levantei paredes para me separar delas.“Quando eu estiver contigo no fim do dia, poderás ver as minhas cicatrizes, e então saberás que eu me feri e também me curei...

Carol Leite....

sábado, 18 de agosto de 2007

É realmente a vida tem valor, e você tem valor diante dela.





Depois de algum tempo...

Você aprende que a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar – se e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a prender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante.
Com a graça de um adulto.
E com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje.
Porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo. Você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja esta pessoa, ela vai feri – lo de vez em quando.
E você precisa perdoa– la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança, e apenas segundos para destruí – la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer
mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer
mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos que mudar de amigos, se compreendemos que os amigo mudam.Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa ou NADA, e terem bons momentos juntos...
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa. Por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influências sobre nós
Mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser. E que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde esta indo.
Mas se você não sabe para onde esta indo, qualquer lugar serve
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados...
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa
que você espera que o chute quando você cair, é uma das poucas que o ajudam a levantar- se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve e o que você aprendeu com elas...
Do que quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais de seus pais em você do que você supunha.Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que os sonhos são bobagens.Poucas coisas são humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.Aprende que quando esta com raiva têm o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém.
Algumas vezes você tem que aprender a perdoar – se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto...
Plante seu jardim...
E decore sua alma...
Ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar, e que realmente é forte.
Se não fosse o medo de tentar!!!
E que realmente a vida tem valor, e você tem valor diante da vida...

Dia chuvoso...

O dia amanheceu chuvoso. A natureza chora. Chora também meu coração. A saudade que sua ausência me trás, Aperta-me o peito. Sufoca em mim a voz Que teima em querer Gritar alto e para todos, o quanto amo você.
Mas o grito fica retido No vazio da solidão Em que me encontro. Resta-me apenas o consolo De poder molhar meu rosto Nas águas da chuva E misturar minhas lágrimas Às lágrimas da natureza Deixando-as, juntas, caírem Fertilizando o solo que nos sustenta....

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Queria...


Eu queria poder acreditar que as pessoas não estão se transformando em máquinas do mau...
Queria poder crer que a água potável não está se extingüindo, que os animais não estão desaparecendo,
que a temperatura do planeta não está subindo, novas doenças surgindo, nosso chão empobrecendo-se e a violência se tornando algo normal,
coisa rotineira...
e poder sentar à mesa e não lembrar que 80 crianças morrem de fome e sede por minuto no mundo,
queria poder encostar minha cabeça ao meu travesseiro e não imaginar que todos os dias pessoas inocentes morrem,
por conseqüência de guerras idiotas, ocasionadas pela ambição doentia, seja religiosa ou financeira de monstros
que só consideram humanas a si próprias.
Queria poder sentir a inocência, bondade e a ternura das criancinhas nas pessoas... Queria poder mergulhar em seus sorrisos,
e não sentir da parte delas maldade, interesse ou espanto, mas sim a leveza do bem.
E também poder me convencer de que os jovens não estão tão corrompidos e frios em todos os sentidos,
que o dinheiro não valesse mais que o amor e o respeito,
que o egoísmo, arrogância e ambição não tivessem formado seus impérios.
Eu queria muito poder acreditar que as pessoas não estão se tornando céticas demais,
que grande maioria não tem chances de uma vida digna, que a corrida pra se tomar o lugar que é do outro
não está tão acirrada, que não somos escravos do sistema, querendo ou não.
Queria eu acordar pela manhã e não acreditar que o mundo é uma bomba relógio,
e queria estar digitando esse texto agora e não lembrar que daqui a pouco terei que começar minhas intermináveis
e sofridas horas de estudo pra que eu possa ser alguém algum dia.
Eu preferia nem saber que pessoas matam por dinheiro, vingança, despeito ou até mesmo sem motivos...
Queria poder acreditar que está tudo bem, que meus filhos ou netos não sofrerão em conseqüência
da ignorância e egoísmo dos "donos do mundo", que a qualquer momento posso perder as pessoas que amo,
sem ao menos me despedir delas...
COmo eu queria poder acreditar que algumas pessoas não desejam meu mal...e que não torcem pra eu me ferrar...
Queria não sentir medo do mundo e das pessoas e queria também poder acreditar que elas são confiáveis,
queria ter a certeza de que quando estivesse velhinha eu pudesse morar numa bela chácara cheia de árvores e animais,
sentir o vento em meu rosto e agitando meus cabelos brancos sem me preocupar com a guerra desumana e desonesta
que existe entre as pessoas, que meus descendentes não estivessem sujeitos a todo tipo de crueldade.
Queria não acreditar que filhos matam pais e pais matam filhos e irmãos a irmãos...
E queria também que as pessoas não zombassem tanto de Deus...
Queria me abandonar na chuva, e me sentir a criança que fui um dia,sentir a água fria lavando não só meu corpo...
Mas também minha alma, olhar para o céu e me sentir feliz apenas por estar viva e olhando o céu azul...
Queria estar agora vendo o por do sol à beira da praia,
sentindo a brisa leve com o sentimento de paz e bem estar nunca sentido antes em meu peito.

Eu queria esquecer que a morte, fome, miséria, egoísmo e maldade existem nem que fosse por um dia
Mas como podem ver as coisas tomaram o rumo errado, na maioria das vezes eu prefiro tapar meus olhos pra não ver
e não ter que acreditar nas atrocidades humanas e assim não sofrer tanto...


Carol Leite...

Imaginável...


“Quem vê meu sorriso não imagina o quanto chorei por dentro... Mas não é que meu sorriso melhorou? Queria rasgar o passado e jogá-lo ao vento como papel picado, o que sonhei não sonho mais, traí uma criança... Uma que existiu em mim há muito tempo atrás... O que amava, hoje odeio, tornei-me algo... Não o que queria ser, mas algo que não planejei e nunca imaginei, às vezes não gosto do imprevisível, ele pode ser fatal...
Ou sempre é, na maioria das vezes.

Sou um reflexo do que nunca imaginei me tornar, uma caricatura do que tentei ser, e uma realidade do que temi me transformar.”

Carol Leite...